A VERDADE DO EVANGELHO
TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Charles Finney

 

AULA 4

OBRIGAÇÃO MORAL

 

O homem está sujeito à obrigação moral.

Que o homem possui intelecto e sensibilidade, ou a capacidade de saber e sentir, não tem sido, pelo que eu saiba, contestado. Em teoria, o livre-arbítrio no homem tem sido negado. Ainda assim, os mesmos que o negam têm, em seu julgamento parcial, pressuposto a liberdade da vontade humana, do mesmo modo que os defensores mais dedicados do livre-arbítrio humano e de maneira tão completa quanto eles. Aliás, ninguém jamais conseguiu nem conseguirá, na prática, questionar a liberdade da vontade humana, sem ser com justiça acusado de insanidade. Por uma necessidade de sua natureza, cada agente moral tem consciência de que é livre. Ele já não pode esconder de si mesmo esse fato ou anular por argumentos a convicção de sua veracidade, assim como não pode especular e levar-se a não acreditar na existência dele mesmo. Ele pode, por especulação, negar ambos, mas na realidade tem consciência de ambos. Que ele existe e que é livre são verdades igualmente bem conhecidas, e conhecidas precisamente da mesma maneira, ou seja, são intuídas -- são vistas à luz delas mesmas, em virtude da constituição de seu ser. Eu disse que o homem tem consciência de possuir as capacidades de um agente moral. Ele também possui a idéia do valor, do certo e do errado; disso ele tem consciência. Mas nada mais é necessário para fazer o homem ou qualquer outro ser estar sujeito à obrigação moral, e a posse dessas capacidades, juntamente com uma luz suficiente sobre assuntos morais para desenvolver as idéias que acabam de ser mencionadas.

 

A amplitude da obrigação moral

Com isso queremos dizer: a que atos e estados da mente estende-se a obrigação moral? Essa certeza é uma questão solene e fundamentalmente importante. No exame dessa questão, vamos inquirir primeiro a que atos e estados da mente a obrigação moral não pode estender-se.

1. Não à ação externa ou muscular. Essas ações estão ligadas às ações da vontade por uma lei de necessidade. Se desejo mover meus músculos, eles precisam mover-se, a menos que os nervos de movimento voluntário estejam paralisados ou se ofereça ao movimento muscular alguma resistência que supere a força de minha vontade, ou, se lhes aprouver, de meus músculos. Compreende-se e concorda-se em geral que a obrigação moral não se estende diretamente aos atos corporais ou externos.

2. Não aos estados da sensibilidade. Já observei que temos consciência de que nossos sentimentos não são voluntários, mas estados involuntários da mente. A obrigação moral não pode, portanto, estender-se diretamente a eles.

3. Não aos estados do intelecto. Também sabemos pela consciência que os fenômenos dessa faculdade estão sob a lei da necessidade. E impossível que a obrigação moral deva estender-se diretamente a algum ato ou estado involuntário da mente.

4. Não aos atos não inteligentes da vontade. Há muitas volições ou atos da vontade não inteligentes aos quais a obrigação moral não pode estender-se; por exemplo, as volições dos maníacos ou de infantes, antes de estar totalmente desenvolvida a razão. Ao nascer, eles precisam estar sujeitos à volição quando evacuam ou têm ação muscular. As volições dos sonâmbulos também são desse caráter. Volições puramente instintivas também devem estar nessa categoria de ações não inteligentes da vontade. Por exemplo: uma abelha pousa em minha mão, imediata e instintivamente livro-me dela. Piso num ferro quente e instintivamente retiro o pé. Aliás, há muitas ações da vontade desempenhadas sob a influência do instinto puro e antes que o intelecto possa afirmar a obrigação de querer ou não querer. Essas, com certeza, não podem ter caráter moral e, evidentemente, a obrigação moral não pode ser estendida a elas.

Inquirimos em segundo lugar a que atos e estados da mente a obrigação moral deve estender-se de maneira direta.

1. A atos finais da vontade. Esses são e precisam ser livres. Os atos inteligentes da vontade, conforme já se observou, dividem-se em três classes. Primeira, a escolha de algum objeto pelo próprio valor dele, i.e., por causa da própria natureza dele, ou por motivos encontrados exclusivamente nele mesmo, como, por exemplo, a felicidade do ser. Esses são chamados escolhas últimas ou intenções. Segunda, a escolha das condições e meios de garantir o objeto de escolha última ou, por exemplo, a santidade, como a condição ou o meio de felicidade. Terceira, as volições ou os esforços executivos para garantir o objeto de escolha última. As obrigações devem estender-se a essas três classes de ações da vontade. No sentido mais estrito e próprio, pode-se dizer que a obrigação estende-se diretamente só à intenção última.

A escolha de um fim exige a escolha das condições e dos meios conhecidos para garantir esse fim. Sou livre para desistir do fim escolhido a qualquer momento, mas enquanto perseverar na escolha ou na intenção última, não sou livre para recusar as condições e os meios necessários conhecidos. Se eu recusasse as condições e os meios conhecidos, estaria, nesse ato, desistindo da escolha do fim. O desejo do fim pode permanecer, mas sua escolha concreta não pode, quando a vontade rejeita conscientemente as condições e os meios necessários conhecidos. Nesse caso, a vontade prefere deixar o fim, em vez de escolhê-lo e empregar as condições e os meios necessários. No sentido mais estrito, a escolha de condições e de meios conhecidos, juntamente com as volições executivas, está implicada na intenção última ou na escolha de um fim.

Quando o bem ou o valor per se é percebido por um agente moral, ele afirma de maneira instantânea, necessária e incondicional sua obrigação de escolhê-lo. Essa afirmação é direta e universal, absoluta ou incondicional. Se ele vai afirmar estar sob a obrigação de empenhar-se para garantir o bem, deve depender de considerar ou não tais atos necessários, possíveis e úteis. A obrigação, portanto, de concretizar a escolha última é, no sentido mais estrito, direta, absoluta e universal.

A obrigação de escolher a santidade (como a santidade de Deus) como meio de felicidade é indireta no sentido de ser condicionada, primeiro, pela obrigação de escolher a felicidade como um bem per se e, segundo, pelo conhecimento de que a santidade é o meio necessário para a felicidade.

A obrigação de concretizar volições executivas é também indireta no sentido de que é condicionada; primeiro, pela obrigação de escolher um objeto como um fim e, segundo, pela necessidade, possibilidade e utilidade de tais atos.

Deve-se aqui observar que a obrigação de escolher um objeto pelo próprio valor dele implica, é claro, a obrigação de rejeitar seu oposto; e a obrigação de escolher as condições de um objeto intrinsecamente valioso em si implica a obrigação de rejeitar as condições ou meios do oposto desse objeto. Também, a obrigação de usar meios para garantir um objeto intrinsecamente valioso implica a obrigação de usar os meios, se necessários e possíveis, para evitar o oposto desse fim. Por exemplo: a obrigação de desejar a felicidade, por seu valor intrínseco, implica a obrigação de rejeitar a desgraça, como um mal intrínseco. A obrigação de desejar as condições para a felicidade do ser implica a obrigação de rejeitar as condições da desgraça. A obrigação de usar meios para promover a felicidade do ser implica a obrigação de usar os meios, se necessários e praticáveis, para impedir a desgraça do ser.

De novo, a escolha de algum objeto, seja como fim, seja como meio, implica a recusa de seu oposto. Em outras palavras, a escolha implica preferência; a recusa é a única escolha adequada em direção oposta. Por esse motivo, ao falar dos atos da vontade, é comum omitir a menção do desejo e da recusa, uma vez que tais atos estão propriamente incluídos nas categorias das escolhas e volições. Também se deve observar que a escolha, ou desejo, implica necessariamente um objeto escolhido e que esse objeto deve ser tal que a mente possa considerá-lo ou intrínseca ou relativamente valioso ou importante. Como a escolha deve consistir num ato, um ato inteligente, a mente deve ter motivo para escolher. Ela não pode escolher sem razão, pois isso eqüivale a escolher sem um objeto de escolha. Uma mera abstração sem nenhuma importância percebida ou pressuposta, intrínseca ou relativa, para algum ser existente não pode ser um objeto de escolha, quer final, quer executiva. A razão última da mente para escolher é de fato o objeto da escolha; e onde não há razão, não há objeto de escolha.

2. Afirmei que a obrigação moral, no sentido mais estrito e direto, só diz respeito à intenção. Tenho agora condições de dizer ainda mais: que essa é uma verdade primeira da razão. E uma verdade pressuposta universal e necessariamente por todos os agentes morais, não importam suas especulações em contrário. Isso é evidente pelas seguintes considerações:

(1) Crianças muito novas conhecem e pressupõem essa verdade universalmente. Elas sempre a consideram justificativa suficiente para si mesmas, quando acusadas de alguma delinqüência e dizem: "Eu não queria"; ou, acusadas de deficiência, dizem: "Eu queria ou pretendia fazer isso". Isso, se for verdade, entendem ser uma justificativa suficiente para si. Elas sabem que isso, caso se acredite, deve ser considerado desculpa suficiente para justificá-las em todos os casos.

(2) Todo agente moral necessariamente considera tal escusa uma justificação perfeita, no caso de ser dada de maneira sincera e verdadeira.

(3) É um ditado tão comum quanto os próprios homens e tão verdadeiro quanto comum: os homens devem ser julgados pelos seus motivos, ou seja, pelos desejos, intenções. É-nos impossível não concordar com essa verdade. Se um homem tiver intenção de nos causar um mal, mas, por acaso, fizer-nos bem, não o desculpamos, mas o consideramos culpado do crime pretendido. Assim, se ele pretendia fazer-nos bem e, por acaso, fez-nos mal, não o condenamos nem o podemos condenar. Pois dessa intenção e empenho em fazer-nos bem, não o podemos acusar, embora tenha-nos resultado em mal. Ele pode ser acusado por outras coisas ligadas ao caso. Talvez tivesse chegado muito tarde em nosso auxílio, sendo acusado por não ter vindo quando se teria seguido um outro resultado; ou talvez fosse culpável por não estar mais qualificado para nos fazer bem. Ele pode ser acusado de muitas coisas ligadas com a transação, mas pelo empenho sincero e, claro, cordial de nos fazer bem, ele não é culpado nem pode ser, qualquer que seja o resultado. Se honestamente tencionava fazer-nos bem, é impossível que não tivesse usado os melhores meios em seu poder no momento. Isso está implícito na honestidade da intenção. E se ele fez isso, a razão não pode pronunciá-lo culpado, pois precisa julgá-lo por suas intenções.

(4) Cortes de lei criminal, em todos os países esclarecidos, sempre o têm por verdade primeira. Sempre examinam o quo animo, ou seja, a intenção, e julgam de acordo com ela.

(5) A verdade universalmente reconhecida de que os lunáticos não são agentes morais responsáveis pela própria conduta é uma ilustração do fato de que a verdade que estamos estudando é considerada e aceita como uma verdade primeira da razão.

(6) Toda a Bíblia reconhece de maneira expressa ou implícita essa verdade. "Se há prontidão de vontade", ou seja, se há uma disposição ou intenção correta, "será aceita..." (2 Co 8.12). De novo, "toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás..." (Gl 5.14). Ora, isso não pode ser verdade, se o espírito de toda a lei não diz respeito diretamente só à intenção. Caso se estenda diretamente a pensamentos, emoções e ações externas, não se pode dizer realmente que o amor é o cumprimento da lei. O amor deve ser por boa disposição, pois como o amor involuntário poderia ser obrigatório? Em todas as partes, o espírito da Bíblia respeita a intenção. Se a intenção é correta ou se existe uma disposição na mente, é aceita como obediência. Mas se não houver uma mente disposta, ou seja, uma intenção correta, nenhum ato externo é considerado obediência. A disposição é sempre considerada pelas escrituras do mesmo modo que os atos. "Qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar", isto é, com intenção ou disposição licenciosa, "já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.28), etc. Assim, por outro lado, se alguém deseja prestar um serviço a Deus e, por fim, é incapaz de cumpri-lo, considera-se que o praticou de fato, sendo devidamente compensado. Essa é uma doutrina bíblica por demais óbvia para exigir elucidação.

3. Vimos que a escolha de um fim implica e, enquanto permanece a escolha, exige a escolha de condições e meios conhecidos para o fim e também a concretização da volição para garantir o fim. Se isso for verdadeiro, segue-se que a escolha das condições e meios para garantir um fim e também as volições concretizadas como esforços executivos para garanti-lo devem derivar seu caráter da escolha ou intenção última que lhes dá existência. Isso mostra que a obrigação moral estende-se de maneira básica e direta só à intenção última ou escolha de um fim, embora na realidade, mas de maneira menos direta, à escolha das condições e meios e também às volições executivas.

Mas devo distinguir mais claramente entre intenções últimas e imediatas, distinção que mostrará que, no sentido mais estrito e próprio, a obrigação pertence à primeira e só em um sentido menos estrito e próprio, à última.

Um fim último, lembrem-se, é um objeto escolhido pelo valor dele mesmo.

Um fim imediato é um objeto escolhido como condição ou meio de garantir um fim último.

Um fim último é um objeto escolhido por sua natureza e valor intrínsecos.

Um fim imediato é um objeto escolhido em razão do fim e de acordo com sua relação como condição ou meio para o fim.

Exemplo: Um estudante batalha para conseguir pagamento, para adquirir livros, para obter formação, para pregar o Evangelho, para salvar almas e para agradar a Deus. Outro batalha para conseguir pagamento, para adquirir livros, para obter formação, para pregar o Evangelho, para garantir um salário e conforto e popularidade para si. Na primeira suposição, ele ama Deus e as almas, e busca, como fim último, a felicidade das almas e a glória e gratificação divina. No segundo caso suposto, ele ama a si mesmo acima de tudo e seu fim último é a gratificação própria. Ora, o fim imediato, ou os objetos imediatos buscados, nesses dois casos são precisamente idênticos, enquanto os fins últimos são inteiramente opostos. O primeiro fim, o mais próximo, é conseguir pagamento. O fim seguinte é obter livros; e assim os seguimos até verificarmos o fim último deles, até percebermos o caráter moral do que estão fazendo. Os meios que estão empregado, i.e., seus objetivos imediatos ou objetos imediatos de busca são os mesmos, mas os fins últimos que perseguem são inteiramente diferentes, e todo agente moral, por uma lei necessária do intelecto, deve, assim que compreende o fim último de cada um, pronunciar a virtude de um e a culpa de outro em suas buscas. Um é egoísta e o outro, benevolente. Com essa ilustração fica claro que, falando de maneira estrita, o caráter moral e, evidentemente, a obrigação moral, diz respeito direto só à intenção última. Veremos, no devido momento, que a obrigação também se estende, mas de modo menos direto, ao uso dos meios para obter o fim.

Nossa próxima indagação é sobre os atos e estados mentais a que se estende indiretamente a obrigação moral.

1. Os músculos do corpo estão sob o controle direto da vontade. Desejo mover-me, e meus músculos devem mover-se, a menos que se interponha alguma obstrução física de magnitude suficiente para vencer a força de minha vontade.

2. O intelecto também está sob o controle direto da vontade. Tenho consciência de que posso controlar minha atenção e dirigi-la para onde me apraz, e pensar sobre um assunto ou outro.

3. A sensibilidade, tenho consciência, é só indiretamente controlada pela vontade. O sentimento só pode ser produzido quando se dirige a atenção e os pensamentos àqueles assuntos que estimulam os sentimentos por uma lei de necessidade.

 

Agora abriu-se o caminho para dizer:

1. Que a obrigação estende-se indiretamente a todos os atos inteligentes da vontade, no sentido já explicado.

2. Que a obrigação moral estende-se indiretamente aos atos externos ou corporais. Eles são com freqüência exigidos na Palavra de Deus. A razão é que, estando ligadas às ações da vontade por uma lei de necessidade, se a vontade é correta, a ação externa deve estar de acordo, exceto nas contingências já mencionadas; e, portanto, é razoável requerer tais ações. Mas se as contingências já mencionadas intervém, de modo que a ação externa não segue a escolha ou a intenção, a Bíblia invariavelmente aceita a disposição para o ato. "Se há prontidão de vontade, será aceita segundo..." (2 Co 8.12).

3. A obrigação moral estende-se, mas de maneira menos direta, aos estados da sensibilidade, de modo que certas emoções ou sentimentos são exigidos assim como ações externas, e pela mesma razão, ou seja, os estados da sensibilidade estão ligados às ações da vontade por uma lei de necessidade. Mas quando a sensibilidade se esgota ou quando, por algum motivo, a ação correta da vontade não produz os sentimentos requeridos, é aceita pelo princípio já mencionado.

4. A obrigação moral também se estende indiretamente aos estados do intelecto; por conseguinte a Bíblia, até certo ponto e em certo sentido, considera o homem responsável por seus pensamentos e opiniões. Em todas as partes ela pressupõe que se o coração estiver constantemente correto, os pensamentos e opiniões corresponderão ao estado do coração ou vontade: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus" (Jo 7.17). "A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso" (Lc 11.34). É, porém, manifesto, que a Palavra de Deus pressupõe em todas as partes que, estritamente falando, toda virtude ou vício pertence ao coração ou à intenção. Quando este é correto, tudo é considerado correto; e quando está errado, tudo é considerado errado. É nesse pressuposto que repousa a doutrina da depravação total. É inegável que, externamente, o mais vil dos pecadores faz muitas coisas requeridas pela lei de Deus. Ora, a menos que a intenção decida o caráter dessas ações, elas devem ser consideradas de fato virtuosas. Mas quando se descobre que a intenção é egoísta, verifica-se que são pecaminosas, apesar da conformidade com a letra da lei de Deus.

O fato é que os agentes morais são constituídos de tal maneira que lhes é impossível não julgar a si mesmos e aos outros pelos seus motivos ou intenções subjetivos. Eles não podem deixar de assumir como uma verdade primeira que o caráter do homem é tal qual sua intenção e, por conseguinte, que, diretamente, a obrigação moral só diz respeito à intenção.

5. A obrigação moral, portanto, estende-se diretamente a tudo em nós sobre os quais a vontade possui controle direto ou indireto. Se de maneira estrita, a lei moral só legisla sobre a intenção, na prática, num sentido menos direto, legisla sobre todo o ser, uma vez que todas as nossas capacidades estão direta ou indiretamente ligadas à intenção por uma lei de necessidade. Falado de modo estrito, porém, o caráter moral pertence apenas à intenção. Na propriedade estrita do discurso, não se pode dizer que a ação externa ou algum estado do intelecto ou sensibilidade possui um elemento ou qualidade moral que lhe pertença. Ainda assim, em linguagem comum, suficientemente exata para propósitos mais práticos, falamos de pensamentos, sentimentos e atos externos santos ou profanos. Com isso, entretanto, todos os homens querem dizer que o agente é santo ou profano, louvável ou condenável em seus exercícios e ações porque consideram que procedem do estado ou da atitude da vontade.

 

 

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